Ninguém afundou mais as mãos ali, Pedro, ninguém sentiu mais as manchas de solidão, muitas delas abortadas com a graxa da imaginação, era preciso surpreender nosso ossuário quando a casa ressonava, deixar a cama, incursionar através dos corredores, ouvir em todas as portas as pulsações, os gemidos, e a volúpia mole dos nossos projetos de homícidio, ninguém ouviu melhor cada um em casa, Pedro, ninguém amou mais..."
terça-feira, 15 de dezembro de 2009
O Ossuário da Família
Ninguém afundou mais as mãos ali, Pedro, ninguém sentiu mais as manchas de solidão, muitas delas abortadas com a graxa da imaginação, era preciso surpreender nosso ossuário quando a casa ressonava, deixar a cama, incursionar através dos corredores, ouvir em todas as portas as pulsações, os gemidos, e a volúpia mole dos nossos projetos de homícidio, ninguém ouviu melhor cada um em casa, Pedro, ninguém amou mais..."
terça-feira, 10 de novembro de 2009
Acredito no impossível
- Todos nós acreditamos, quer estejamos conscientes disso ou não. As nossas vidas não fariam sentido se não acreditássemos... basta pensar em algo como "Sonho de uma noite de verão": duendes e fadas saltitando pelo bosque, e que ao lançarem pó mágico nos olhos de um homem, ele fica logo apaixonado. É impossível, é verdade, mas isso não significa que não seja real, que não seja fiel à vida. No fim de contas, o amor é magia, não é? Ninguém sabe o que é, ninguém consegue explicá-lo. O pó mágico é uma explicação tão boa como qualquer outra, parece-me.(...)
O facto de uma história ser contada 'realisticamente' não a torna realista. E o facto de se contar uma história de um modo imaginário não a torna rebuscada. Aliás, as metáforas talvez sejam a melhor maneira de alcançar a verdade.
Paul Auster, entrevistado por Rebecca Prime sobre o filme Lulu on the bridge
quarta-feira, 28 de outubro de 2009
Inocência
A meia luz um olhar negro de sol
Entre o outrora do canto dos pássaros
E um prédio violador na época do nada
Por isso o criticaram?
Uma mãe recorrente
acaricia o ventre sem mão
o amanhã em lista de espera
Mas ele não tinha razão?
Dormir sem sonhos
Viver com vozes de partir
Assim a morte passa no cortejo
À minha porta...
Sim. Ele dizia a verdade.
Morreu com ela na boca.
terça-feira, 27 de outubro de 2009
Da Felicidade
Procede tal e qual o avozinho infeliz:
Em vão,por toda parte,os óculos procura
Tendo-os na ponta do nariz!
Mário Quintana
sexta-feira, 23 de outubro de 2009
XIII Noite da Chalupa
terça-feira, 20 de outubro de 2009
segunda-feira, 12 de outubro de 2009
Do Profano e do Sagrado
Avesso Bíblico
No início
já havia tudo.
Mas Deus era cego
e, perante tanto tudo,
o que ele viu foi o Nada.
Deus tocou a água
e acreditou ter criado o oceano.
Tocou o chão
e pensou que a terra nascia sob os seus pés.
E quando a si mesmo se tocou
ele se achou o centro do Universo.
E se julgou divino.
Estava criado o Homem.
Mia Couto
sexta-feira, 9 de outubro de 2009
XII Noite da Chalupa

Os vadios apresentam...
XII Noite da Chalupa - agora ao fim da tarde, no jardim!
Este Domingo, 11 de Outubro, 17H30 no Gato Vadio (Rua do Rosário, 281)
Tema: O profano e... (porque não?) o sagrado
Sejam todos bem - vindos!
Abraço dos vadios anfitriões,
Artur&Virgínia
domingo, 4 de outubro de 2009
Hasta siempre querida Mercedes Sosa!
Mais uma voz da América Latina silenciou hoje. A tristeza toma conta de mim. O mundo ficou mais só. A grande maravilha, é que o cantor nunca se cala, mesmo quando o seu corpo descansa. Si se calla el cantor, calla la vida...
quarta-feira, 30 de setembro de 2009
quinta-feira, 3 de setembro de 2009
X NOITE DA CHALUPA
(Breve silêncio).
Homem: Mas... assim de repente...deve calcular que não estou preparado... uma pessoa abordada assim... de repente... tocam à campainha, a senhora entra e de um momento para o outro e sem que nada o fizesse prever convida-me para fazer amor consigo... desculpe mas não é uma situação que me seja familiar... talvez que possamos conhecer-nos um pouco mais, conversar sobre alguns temas que sejam do nosso agrado, só para estimular um pouco o nosso encontro e depois, sim, quem sabe, talvez possamos trocar um beijo e depois...
Os vadios apresentam...
Uma noite domingueira, que surgiu de um encontro de palavras equivocado entre a famosa cachupa de Cabo Verde e a imaginação naive de uma vadia ao sabor do acaso.
Assim nasceu esta ideia, este espaço que se pretende que seja aberto à criação, à possibilidade de ir humanamente para além das formalidades conceituais esperadas (ai, que sono...) de uma tradicional noite de poesia.
E porque com a chalupa pensamos em comer (mesmo com a palavra do avesso) também haverá sempre uma delícia à fruição - feita pelos vadios, claro! Todos sabemos que o espírito funciona melhor depois de satisfeitos os prazeres da carne...
Este Domingo, 13 de Setembro, 22h no Gato Vadio (Rua do Rosário, 281)
Sejam todos bem - vindos!
Abraço dos vadios,
Artur&Virgínia e... CONVIDADOS ESPECIAIS!
domingo, 16 de agosto de 2009
Um dois, um dois, um dois!
Começaram em Serralves e continuaram pelas Andanças, metro dos Restauradores, túnel iniciático da Quinta da Regaleira e por ora estão em Augsburgo. Um dois, um dois, um dois!
Estas pequenas viagens em casa, por São Pedro do Sul, Lisboa, Sintra, Óbidos, Nazaré têm sido uma verdadeira dança onde todos os intervenientes vêm e vão, se encontram e se sintonizam. Mais uma vez tenho a oportunidade de conhecer pessoas que valem a pena, reencontrar amizades guardadas na gaveta, descobrir rituais importantes que quero preservar.
Regressei ao Porto. Mas, no dia seguinte já estava na Grécia antiga e depois em Augsburgo, em viagens imaginárias, tão reais e essenciais como as outras. Graças às leituras em casa do Daniel. Ler em conjunto para sentir em conjunto. E ver de múltiplas formas, dar corpo à palavra.
É preciso exercitar para estar viva... um dois, um dois, um dois!
domingo, 2 de agosto de 2009
Cos'è la bella vita?
Este belo filme de Silvano Agosti é um documentário sobre o amor, o sexo, a vida - D'Amore si vive - e é um conjunto de entrevistas, das quais faz parte também este menino. É lindo! Quando se é criança, sabemos o que é realmente essencial na vida...
sábado, 1 de agosto de 2009
Últimas palavras
Cartola também não teve filhos, mas transmitiu ao mundo a sua simplicidade, sua beleza: pariu o samba.
segunda-feira, 27 de julho de 2009
VII Noite da Chalupa
Jean disse que sim. Eu disse que não.
Olhámos uma para a outra.
"O que é que isso significa?", perguntou ela.
"Tem de significar alguma coisa?", retorqui.
"Acho que sim", disse ela.
"Significa que tu gostaste da vida que viveste."
"Talvez", disse ela. "E talvez tu não dês o devido valor à vida que tiveste."
"Talvez..."
Mais tarde, erguemos as nossas taças de champanhe e brindámos ao mundo. Brindámos à nossa reunião e concluímos que fora uma bela ideia. Depois, despedimo-nos sem ilusões de nos voltarmos a ver. E com amor.
antologia de histórias organizada por Paul Auster
sexta-feira, 24 de julho de 2009
A dança da folia
O que fazer quando, vindo do nada, sentimos uma loucura oculta, um desejo profundo de vida que nunca será totalmente satisfeito numa só vida? Um desejo indomável e incompatível com o mundo que nos rodeia, com as regras impostas por essa realidade limitada a que chamamos sociedade? Uma vida não chega para tanta vida. Estamos sós nessa certeza. Estamos sós quando escolhemos o nosso caminho, sabendo que outros caminhos nos chamam também. Sentindo que a contradição, o paradoxo de existir nos acompanha. E no entanto... há tantos cúmplices silenciosos à nossa volta. Há que dançar, dançar, dançar... com sangue nos pés e folia no coração.
domingo, 19 de julho de 2009
sábado, 11 de julho de 2009
VI Noite da Chalupa

TEMA: A Alma. Palavra caída em desuso, mas que não perdeu o seu sentido. Continuaremos este tema iniciado na última sessão... uma partilha de poesia entre amigos e poetas da vida.
Por Artur&Virgínia&Quem queira poetizar...
Amanhã, Domingo, 22h no Gato Vadio
segunda-feira, 6 de julho de 2009
Estranheza
quarta-feira, 1 de julho de 2009
A nossa casa
HOME, by Yann Arthus Bertrand
Já dizia Osho que, se cada acto nosso fosse consciente, muitos actos deixariam de existir...
segunda-feira, 29 de junho de 2009
V Noite da Chalupa
Eu
Sou a que no mundo anda perdida
Eu sou a que na vida não tem norte,
Sou a irmã do Sonho, e desta sorte
Sou a crucificada, a dolorida...
Sombra de névoa tênue e esvaecida
E que o destino amargo, triste e forte,
Impele brutalmente para a morte;
Alma de luto sempre incompreendida!
Sou aquela que passa e ninguém vê.....
Sou a que chamam triste sem o ser...
Sou a que chora sem saber por quê...
Sou talvez a visão que Alguém sonhou
Alguém que veio ao mundo pra me ver
E que nunca na vida me encontrou!
domingo, 28 de junho de 2009
Avelina
para a lua
na pedra fria
da madrugada
Vejo-a, nua
de máscara carmim
e carvão
a habitar silêncios
uterinos do quotidiano
Seu perfil é hirto
Seu papel lânguido
e nele desagua
uma carícia inesperada
sábado, 27 de junho de 2009
Pena de Vida
Dói-me a vontade de estar contigo.
Tu és o culpado - brilhas em mim.
sexta-feira, 26 de junho de 2009
Do silêncio que não diz
O que me preocupa não é o grito dos maus. É o silêncio dos bons...
Contudo, o silêncio pode funcionar exactamente ao contrário, se for mantido em situações de injustiça e crueldade: pode acentuar dores e deixar que os ódios continuem a existir. Se continuarmos a calar a nossa voz quando presenciamos situações de preconceito, violência gratuita, invasão da liberdade do outro... estaremos condenados à solidão. E condenando-nos a nós e à nossa consciência, sentenciamos o mundo que nos rodeia à mesma solidão.
Eis um caso que pode ocorrer em qualquer lugar, com qualquer um de nós, resolvido com inteligência e sensibilidade: O Silêncio dos Bons.
quarta-feira, 24 de junho de 2009
Fantasmas silenciosos
terça-feira, 16 de junho de 2009
Velha Bela Velha
muito bela
Velha
de vestes de luar vermelho
caminha sob o
chão de cetim
onde os sonhos se gastam
desgastam
em murmúrios de tempo
perdido
ou ignorado
Essa Velha
muito bela
muito velha
sabe mais do que eu
viveu os mesmo anos
sem relógio
aqueceu o corpo
nas mesmas madrugadas
de fogo e fel
mas sabe mais do que eu...
Ela caminha
para a morte
dos dias quotidianos
silenciosos
sinistros, prenhos de normalidade
Ela tem conversas animadas
com os fantasmas
de sempre
E percorre os campos
sem fim
que nela foram implantados
desde há muito
Neles voa com as borboletas -
amigas que espera
na certeza de cada manhã.
segunda-feira, 15 de junho de 2009
IV Noite da Chalupa: 7 Sóis & 7 Luas
quarta-feira, 10 de junho de 2009
Um brinquedo só

O drama na minha infância, tornou-a triste e feliz ao mesmo tempo. Povoou-a de personagens de livros e brincadeiras inocentes, a maioria das vezes, inventadas por nós. Se se perde o imaginário, a arte, perde-se a aventura da vida. E se a vida deixa de ser um caminho surpreendente... também tu te perdes.
terça-feira, 9 de junho de 2009
Canção de ninar na noite imensa e misteriosa da Bahía
Noiva. Gostaria sim. Mesmo quando quer negar a si próprio não pode. É verdade que nada faz para isso, que se contenta de conversar com ela, de ouvir a sua voz, pegar timidamente na sua mão. Mas gostaria de possuí-la também, de vê-la gemer de amor. Não, porém, por uma noite. Por todas as noites de toda uma vida.
Acabei o livro do Amado. As crianças (mal) amadas da Bahía ficarão para sempre dentro de mim, sendo ninadas na sua noite escura...
terça-feira, 2 de junho de 2009
Viagem de carrossel
segunda-feira, 1 de junho de 2009
III Noite da Chalupa
Tapa-me os ouvidos: continuarei a ouvir-te,
Mesmo sem pés chegarei a ti,
Mesmo sem boca poderei evocar-te.
Decepa-me os braços: poderei abraçar-te
Com o coração, como se fosse a mão.
Arranca-me o coração: palpitarás no meu cérebro.
E se me incendiares o cérebro,
Levar-te-ei no meu sangue.
Talvez devido à festa em Serralves, na qual também participei, ontem a noite foi mais íntima e despida - gostei!
quarta-feira, 27 de maio de 2009
Continuar o caminho...
Se algum dia te apaixonares, não te iludas, pois o universo esconde infinitas paixões e só quando tudo conseguirmos abandonar – o que amamos e o que não amamos, então o universo apaixonar-se-á por nós.
Este é o teu poema
Feito de pedaços,
De lábios, cabelos e abraços.
Em sono desfeito, cozinhados,
Na luz da tempestade, temperados.
Um trovão, uma luz, uma aparição,
O teu olhar, o beijo, a minha perdição,
Por ter sido cobarde, por ter dito tão tarde,
O quanto o meu coração arde, o quanto o meu coração arde.
E agora me exponho,
Emerso na solidão,
Que tudo não passou de um sonho,
De uma noite em vão.
Aqui a coberto,
Do outro lado do mundo,
Espero por ti, enganado,
Como um cão abandonado.
E uivo sem fim,
Lobo,
Dingo,
Louco em frenesim!
Ai venenosa vontade,
De te ver nua em cada tarde!
Não voltarei nunca a faze-lo
A sonhar cheio de zelo,
Por uma mão cheia do teu cabelo.
Por um luar cheio do teu andar,
Por uma maré sempre a transbordar,
Com teu olhar, azul do mar.
Não e fácil saber amar.
Mornington, Austrália - Fevereiro de 2009
domingo, 24 de maio de 2009
Olha que mocinho boniiiito!
A Bossa do Sérginho agradou-me imenso e, como ele cantou várias canções de um dos artistas que mais admiro, aqui vai uma interpretação preciosa, num tempo de ditadura militar no Brasil, mas, como em todos os tempos de grilhões, de glória nos corações. Olha a emoção na audiência e até no júri... esta canção é poderosa! E ele, lindo de morrer, apenas com 23 anos, já tinha ganho prémios, conhecido a Marieta, seu amor e escrevia peças de teatro. Tanto talento... contudo, era tímido!
sábado, 23 de maio de 2009
Prêt-a-porter - último dia no TNSJ!

Ontem não tinha muitas palavras quando saí do teatro. O meu coração pulsava, o meu sangue circulava com mais energia e eu sentia-me quente. Estas foram as reacções do meu corpo ao espectáculo que nos chegou do outro lado do oceano. A pequena cena, a intimidade na abordagem, a criatividade dos actores, a vontade de estar ali...tudo tão simples e tão lindo!
sexta-feira, 22 de maio de 2009
O amor luminoso do sertão :)
Minha Feia, que na verdade é linda, deu-me a ideia de publicar aqui também esta poesia. O amor é mesmo do coração e não das palavras eruditas.
segunda-feira, 18 de maio de 2009
O Sonho
Exilado das regiões do sonho
Procuro abrigo na multidão
E quero em insultos
Transformar o meu canto
domingo, 17 de maio de 2009
A Noite da Chalupa
O TRIO VADIO apresenta...
Uma noite domingueira, cujo nome surgiu de um encontro de palavras equivocado entre a famosa cachupa de Cabo Verde e a imaginação naive de uma vadia que, ao sabor do acaso, navegou para outros significados.
Assim nasceu esta ideia, este espaço que se pretende que seja aberto à criação, à possibilidade de ir humanamente para além das formalidades conceituais esperadas (ai, que sono...) de uma tradicional noite de poesia.
E porque com a chalupa pensamos em comer (mesmo com a palavra do avesso) também haverá sempre uma delícia à fruição - feita pelos vadios, claro! Todos sabemos que o e espírito funciona melhor depois de satisfeitos os prazeres da carne...
1ª Sessão - Hoje, Domingo 17, no Gato Vadio, 22h
(Rua do Rosário, 281)
com o tema: O Sonho
textos de:
José Maria Vieira Mendes, Jean Genet, Anton Tchékhov, Eugene O'Neill,
Lucien, Lambert, Arthur Schnitzler, Allen Ginsberg, D.H. Lawrence, Emily Brontë, William Shakespeare, Fernando Pessoa, Vinicius de Morais, Milan Kundera,Teolinda Gersão
e vozes de: Artur Silva, Rita Figueiredo, Virgínia Silva
segunda-feira, 11 de maio de 2009
Meu coração, não sei porquê...
As estrelas só brilham porque a noite é escura.
No meio destas reflexões, uma ambivalência cresce dentro de mim. E este belo chorinho, composto pelo grande músico Pixinguinha, traduz essa voz melhor do que eu.
sexta-feira, 8 de maio de 2009
"Toca Klezmer, até as cordas dos violinos se partirem!"
Ouçam os DIKANDA, a minha música preferida é Jakhana Jakhana! Para dançar até sentir tudo:
http://lebowski.hosted.pl/dikanda/english/mp3.htm
Inté sempre, companheiro!
Ausentei-me do mundo político-social por uns dias, vivendo apenas uma existência individual. Enquanto isso, este mundo despedia-se de Augusto Boal, fundador do Teatro do Oprimido. Um ser que admiro, fiel aos seus ideais até à hora em que, simplesmente, deixou de respirar...
quarta-feira, 6 de maio de 2009
Na terra das sibilantes
De noite as vozes da floresta, de dia o silêncio das pedras dos mosteiros perdidos. Almas profanas e sagradas moraram ali... Quantos Baltazares lá terão deixado pedaços de si e quantas Blimundas terão velado o seu desaparecimento...
O meu corpo regressou, dengoso, após longos banhos públicos nas águas quentes e doces do rio. Dizem que quando viajamos o nosso espírito demora mais tempo a voltar... só xegou hoje da Galiza!
quinta-feira, 30 de abril de 2009
terça-feira, 28 de abril de 2009
A princesinha do mar
Que bom que o Riccardo trouxe a Maria com um pouco de Brasil e comemos farofa de linguicinha com licor de baru! O meu coração ficou "levinho"... Fica a presença do meu lar principesco à beira-mar, onde (in)felizmente tudo acontece.
sábado, 25 de abril de 2009
Último Desejo
Nosso amor não acontece... É uma chama oprimida, um atirando madeira, o outro, água. Tenho saudades do amor genuíno, que toca à campainha de surpresa, sem telefonar antes. Que faz serenata até para dizer adeus. Daquele amor apaixonado, onde o tempo tem sempre tempo, onde os desejos últimos se concretizam, ausente de palavras supérfluas.
terça-feira, 21 de abril de 2009
Quadrilha
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história.
quinta-feira, 16 de abril de 2009
Minha Oração
Ó Véspera do Prodígio! - IV
Creio nos anjos que andam pelo mundo,Creio na Deusa com olhos de diamantes,
Creio em amores lunares com piano ao fundo,
Creio nas lendas, nas fadas, nos atlantes,
Creio num engenho que falta mais fecundo
De harmonizar as partes dissonantes,
Creio que tudo é eterno num segundo,
Creio num céu futuro que houve dantes,
Creio nos deuses de um astral mais puro,
Na flor humilde que se encosta ao muro,
Creio na carne que enfeitiça o além,
Creio no incrível, nas coisas assombrosas,
Na ocupação do mundo pelas rosas,
Creio que o Amor tem asas de ouro. Ámen.
Hoje, Revolução Sexual, no Bar Rosa Escura (Rua da Picaria, 32), 23h.