Uma Velha
muito bela
Velha
de vestes de luar vermelho
caminha sob o
chão de cetim
onde os sonhos se gastam
desgastam
em murmúrios de tempo
perdido
ou ignorado
Essa Velha
muito bela
muito velha
sabe mais do que eu
viveu os mesmo anos
sem relógio
aqueceu o corpo
nas mesmas madrugadas
de fogo e fel
mas sabe mais do que eu...
Ela caminha
para a morte
dos dias quotidianos
silenciosos
sinistros, prenhos de normalidade
Ela tem conversas animadas
com os fantasmas
de sempre
E percorre os campos
sem fim
que nela foram implantados
desde há muito
Neles voa com as borboletas -
amigas que espera
na certeza de cada manhã.
muito bela
Velha
de vestes de luar vermelho
caminha sob o
chão de cetim
onde os sonhos se gastam
desgastam
em murmúrios de tempo
perdido
ou ignorado
Essa Velha
muito bela
muito velha
sabe mais do que eu
viveu os mesmo anos
sem relógio
aqueceu o corpo
nas mesmas madrugadas
de fogo e fel
mas sabe mais do que eu...
Ela caminha
para a morte
dos dias quotidianos
silenciosos
sinistros, prenhos de normalidade
Ela tem conversas animadas
com os fantasmas
de sempre
E percorre os campos
sem fim
que nela foram implantados
desde há muito
Neles voa com as borboletas -
amigas que espera
na certeza de cada manhã.
Virgínia Silva
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