quarta-feira, 27 de maio de 2009

Continuar o caminho...

De um amigo viajante pelo mundo:

Se algum dia te apaixonares, não te iludas, pois o universo esconde infinitas paixões e só quando tudo conseguirmos abandonar – o que amamos e o que não amamos, então o universo apaixonar-se-á por nós.

Este é o teu poema


Feito de pedaços,

De lábios, cabelos e abraços.

Em sono desfeito, cozinhados,

Na luz da tempestade, temperados.

Um trovão, uma luz, uma aparição,

O teu olhar, o beijo, a minha perdição,

Por ter sido cobarde, por ter dito tão tarde,

O quanto o meu coração arde, o quanto o meu coração arde.

E agora me exponho,

Emerso na solidão,

Que tudo não passou de um sonho,

De uma noite em vão.

Aqui a coberto,

Do outro lado do mundo,

Espero por ti, enganado,

Como um cão abandonado.

E uivo sem fim,

Lobo,

Dingo,

Louco em frenesim!

Ai venenosa vontade,

De te ver nua em cada tarde!

Não voltarei nunca a faze-lo

A sonhar cheio de zelo,

Por uma mão cheia do teu cabelo.

Por um luar cheio do teu andar,

Por uma maré sempre a transbordar,

Com teu olhar, azul do mar.

Não e fácil saber amar.


Mornington, Austrália - Fevereiro de 2009

ZP - O astronauta do pedacinho do céu

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