quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Deixa-te estar sentado e vê o mundo a passar

A primeira coisa que reparamos quando começamos a examinar algo tão misterioso como a sorte é o facto (e é um facto estupendo) de não haver nem principio nem fim. Tudo está interligado e é uno. Quando juntamos as peças, como num quebra-cabeças, o bom e o mau parecem igualmente o papel da sorte. As ninharias, em particular, assumem uma importância completamente desproporcionada às suas dimensões e peso. Tudo se acerta e num grau que anula as presunções vãs do ego. (... ) Se li as estrelas, não foi para descobrir o que aconteceria amanhã, mas para confirmar o que estava a acontecer agora mesmo.
Deixa-te estar sentado e vê o mundo a passar!
Sim, mas como um equilibrista numa corda, não como uma lesma.

in O Big Sur e as Laranjas de Jerónimo Bosch, de Henry Miller

De manhã tive estas palavras inspiradoras como companhia, transformando os meus vinte minutos no metro para a Maia, numa viagem anunciada de cristalizações intemporais.

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