terça-feira, 20 de julho de 2010

Ah...Vadinho!



Há personagens que são imortais. Têm tamanha vida que entram nos nossos sonhos, questionam as nossas certezas com a sua presença imponente, dormem connosco e despertam para além de nós. Assim é Vadinho. Nas páginas de Amado ele é ainda mais apaixonante do que no cinema. Vadinho, símbolo das nossas paixões secretas, do humano em estado selvagem, da força do desejo, do sangue indomável acima de qualquer convenção social ou moral. Vadinho vadio, para vadiar, Vadinho malandro, maldito, imoral para todos, Vadinho, o amor de Flor. Um amor puro, de quem ama com todas as imperfeições, um amor desinteressado, pois traz mais dor do que prazer: Como viver sem ele, como atravessar esse deserto, transpor esse crepúsculo, erguer-se desse pântano? Deus e o Diabo acabam por se reconciliar nos braços de Dona Flor. Quem de nós consegue tal proeza?

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