Eu sou da Era dos Sentimentos
da mesma era
em que as palavras
explodiam
cá dentro
dizimando dúvidas
ou ilusões
em que os adeuses
se concretizavam
com cartas
ou bilhetinhos sentimentais
da era do sangue
dos copos partidos
das lágrimas inacabadas
da ausência de apetite
para viver e existir
Eu pertenço à Era Sensível
os pontapés nas pombas
ainda me magoam
a mão estendida na rua
dá um nó no meu peito
e o meu coração encolhe
quando me oferecem
flores de plástico
Virgínia Silva
Sem comentários:
Enviar um comentário