sábado, 9 de agosto de 2008

8-8-8


Dizem que é uma data simbólica. Dizem que é uma data importante. Que a humanidade entra numa Nova Era. Uma Era de Consciência. De maior e melhor desenvolvimento do ser humano.
Esta semana estive no Andanças - festival de danças tradicionais do mundo. Dancei italianas do sul, cabo verdianas, afro tribais... aquelas que têm mais vida e sabor. Aquelas que mexem mais cá dentro, que nos levam a estados de transe, de desbloqueios. Foi bom, a companhia foi divertida, os encontros foram (in)esperados e os desencontros úteis. Mas o meu ser está em crise. Está a pôr em causa as suas reais motivações e interesses. A sua missão na vida.
Algures fora do festival, em andanças para o Poço Azul, encontrei este lugar escondido. Veio-me à memória outro lugar semelhante, onde passei os meus pedacinhos mais recônditos e felizes. Os mais essenciais, que ficaram na aldeia de Oliveira, nos campos e na eira da quinta dos meus avós. Acho que o caminho é por aí. É o caminho que se faz por dentro. Este caminho está cruzado com o pronunciado pelo Dada, em Sintra, há 6 anos: "Há pessoas que sobem a montanha na vertical, tu sobes em círculos". Ele tem razão. Ele tenta abrir uma escola em Portugal para uma educação para a consciência, para valores mais sábios, veiculados com o tantra yoga.
O que eu sei e sinto é que preciso de reservar mais tempo para conversar comigo - algo que tenho feito muito pouco ultimamente - e isso é mesmo importante.
Foi bom viver com a Itália, com as carbonaras, as graças e as inovações em casa. Viver com a criatividade e o humor. Com a fantasia. Agora é preciso voltar a viver com a essência.
Dizem que nesta data se vai abrir o portal. Que isso pode causar crises que trazem revoluções. Talvez seja por isso que me sinto assim. Que continue a crise e que o cerne de toda a revolução - a mudança - se realize.

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